Lula ou Bolsonaro? Saiba quem ganhou no seu colégio eleitoral em Ribeirão Preto no 1º turno
Farolete consolidou o voto em cada um dos 131 colégios eleitorais e criou um mapa e banco de dados para consulta interativa
Os ribeirão-pretanos escolheram seus candidatos em 131 locais de votação, conhecidos como colégios eleitorais, no primeiro turno das Eleições 2022. Bolsonaro (PL) foi o mais votado em 108 deles. Nos 23 restantes, Lula (PT) sagrou-se vencedor.
O levantamento foi feito pelo Farolete, que consolidou o voto em todas as seções eleitorais de Ribeirão Preto a partir de informações do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Nesta reportagem, você encontrará um banco de dados para consultar o seu colégio eleitoral, um mapa interativo e as principais curiosidades.
Bolsonaro venceu em quatro de cada cinco colégios eleitorais. Ao todo, ele obteve 52,6% dos votos válidos em Ribeirão Preto. Seu melhor desempenho foi na zona Sul, Centro e Bonfim Paulista. Em alguns locais, chegou a ter 64% da preferência dos votantes.
Já Lula sagrou-se vencedor nos bairros mais periféricos, em especial da zona Oeste, no entorno do Parque Ribeirão. Chegou a ter 59% dos votos válidos em um colégio eleitoral do Jardim Marchesi, excluindo brancos e nulos.
O pior desempenho do petista ocorreu na Vila do Golf. Em 2010, segundo o último Censo do IBGE, esse era o bairro com moradores de maior poder aquisitivo da cidade. Nele, Lula alcançou apenas 24,6% dos votos válidos. Bolsonaro teve 60%.
Nenhum outro candidato foi o mais votado, além da dupla que foi ao segundo turno. Simone Tebet (MDB) foi a terceira em 125 locais, Ciro Gomes (PDT) em apenas cinco. Em um, empataram.
No mapa abaixo, Farolete distribuiu a votação entre Lula e Bolsonaro. Cada ponto é um colégio eleitoral. Clique neles para ver as informações. Em
Em alguns locais, a disputa foi acirrada. Na Associação Beneficente Espírita Nave da Saudade, colégio eleitoral localizado no Jardim Zara, Bolsonaro ficou à frente de Lula por apenas um voto.
Curiosidades
A maior vantagem de Bolsonaro sobre Lula, em números absolutos, ocorreu no Colégio Marista (Centro): 2.556 votos a mais. Em pontos percentuais, a maior distância foi na Escola Estadual João Augusto de Mello, no Jardim Independência: 64% a 26%.
Já a maior vantagem de Lula sobre Bolsonaro ocorreu na Escola Estadual Professora Rosangela Basile, no Parque Ribeirão: 542 votos a mais. Em percentual, a distância mais larga ocorreu na escola Julieta Taranto, no Jardim Marchesi: 59% a 34% (Farolete não considerou o CDP, em razão do baixo número de votantes).
Os três colégios com maior abstenção foram o Dr. Meira Junior (Vila Virgínia), Fabio Barreto (Centro) e Hely Lopes Meirelles (Campos Elíseos), todos com 30%.
No campus da USP Lula venceu, mas por estreita margem: 46% contra 41% de Bolsonaro, considerando os votos válidos
Lula foi o mais votado no Centro de Detenção Provisória (CDP): teve 16 dos 18 votos, sendo que ninguém votou no atual presidente. Já Bolsonaro sagrou-se vencedor na Fundação Casa, mas por margem menor: 6 a 5 contra o petista.
Das 5.570 cidades brasileiras, apenas três não possuem um Plano Municipal de Educação (PME): Ribeirão Preto, Iaras e Vargem, todas paulistas. Sem o documento aprovado na forma de lei, algo obrigatório desde 2016, esses municípios são barrados para recursos milionários do Ministério da Educação (MEC).
O PME planeja as políticas públicas municipais para o ensino pelos próximos dez anos, estipulando gastos, indicadores, metas e ações. Ele é uma exigência do Plano Nacional de Educação, que vigora no país desde 2014.
Ribeirão Preto foi vanguarda ao iniciar suas discussões em 2007, mas as gestões Dárcy Vera (2009-2016) e Duarte Nogueira (2017-atual) foram incapazes de chegar a um consenso entre Executivo, Legislativo e sociedade. Assim, um PNE nunca chegou a ser transformado em lei, algo que outras 5.567 prefeituras tiveram êxito.
“Além de ser dever legal desde 2016, o PME é fundamental para dar um norte que vá além da visão imediatista do secretário ou prefeito de plantão. Sem planejamento de longo prazo, não há qualidade de gestão”, resume José Marcelino de Rezende Pinto, professor da USP-RP e ex-presidente da Associação Nacional de Pesquisa em Financiamento da Educação (leia entrevista no final da reportagem).
Barrado
Por não ter PME, Ribeirão Preto está proibido de pleitear recursos do PAR (Plano de Ações Articuladas), um programa do MEC para financiar, com verbas suplementares, ações de melhoria na educação. A informação foi confirmada ao Farolete pelo Governo Federal, por meio da Lei de Acesso à Informação.
No ano passado, o MEC repassou R$ 760 milhões para municípios brasileiros que cadastraram projetos no âmbito do PAR, sendo 60 do estado de São Paulo. A capital paulista recebeu R$ 3,5 milhões.
A minúscula Ubirajara, com menos de 5 mil habitantes, ficou com R$ 642 mil.
Os dados foram analisados pelo Farolete na plataforma de execução orçamentária do MEC. O Governo Federal informou, em resposta à Lei de Acesso, não ser possível estipular quanto Ribeirão Preto já deixou de receber, pois as verbas são definidas de acordo com os projetos cadastrados.
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Indignação
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