Covid e gripe explodem em Ribeirão Preto: 5,5 mil casos na 1ª semana de 2022
Reportagem: Cristiano Pavini
A primeira semana de 2022 registrou explosão de notificações por síndrome gripal em Ribeirão Preto: 5.480 casos entre os dias 1 e 6 de janeiro. Como os sintomas de Influenza e Covid-19 são parecidos, e a maioria dos testes aguarda resultado, não há como precisar qual dos vírus predomina hoje na cidade. Entretanto, o contágio pelo novo coronavírus cresce acelerado.
Nesta quarta (5/1) e quinta-feira (6/1) foram registrados os recordes diários (sem considerar as divulgações consolidadas dos finais de semana e feriados) de suspeitas de Covid desde o início da pandemia, com quase 1,4 mil em cada dia. Os dados são subnotificados, ou seja: a realidade é ainda pior.
Dos 1,9 mil testes realizados em janeiro de 2022 com laudo conclusivo até esta sexta-feira (7/1), 41% deram positivo para Covid-19.
Isso significa uma escalada acelerada da Covid-19 na cidade: em outubro de 2021, a cada dez pacientes com sintomas de gripe, apenas um testava positivo para o novo coronavírus. Hoje a proporção é quatro vezes maior.
A variante Ômicron, mais transmissível que a delta e a gama, já é a dominante no país, segundo a plataforma Our World in Data, vinculada à Universidade de Oxford.
Considerando a inclusão de notificações tardias do mês de dezembro, o boletim epidemiológico desta sexta-feira (7/1) registrou 7 mil novos casos de síndrome gripal na cidade em comparação com o último, de quinta-feira passada (30/12).
“O maior volume das notificações é realizado em unidades de saúde do município, seguido pelas farmácias/drogarias e laboratórios privados”, informou, em nota, a prefeitura de Ribeirão Preto.
Internações
A ocupação de leitos de UTI e enfermaria nos hospitais locais ainda não acompanhou a explosão de casos, de acordo com a plataforma Leitos Covid, e segue relativamente estável, entre os patamares mais baixos desde a pandemia.
Entretanto, nesta sexta-feira (7/1) foi registrado o maior número de internações diárias por Covid-19 desde agosto de 2021 nos 26 munícipios que fazem parte da Divisão Regional de Saúde de Ribeirão Preto: 30 novos pacientes internados. E a curva é crescente.
“A grande questão nesse momento é a necessidade de recursos humanos e materiais para novas internações. Os dados globais sobre a ômicron mostram que a vacinação não conteve a transmissão, mas segurou os casos graves. Precisamos acompanhar qual será a necessidade de novos leitos para, principalmente, os não vacinados”, explica Valdes Roberto Bollela, infectologista do Hospital das Clínicas e docente na Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto.
Em entrevista concedida ao Farolete em dezembro, Valdes já havia alertado que a flexibilização total das medidas protetivas e a variante ômicron resultariam em uma nova explosão de casos. Relembre aqui.
Há, ainda, infecções simultâneas, como a de um menino de 9 anos com Influenza A, B e Covid-19, conforme revelado pelo Farolete. Leia aqui.
“De um modo geral houve um aumento no número de notificações tanto de síndrome gripal quanto de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG, que necessita de internação) a partir de 20 de dezembro de 2021, que se mantém até o momento”, informou, em nota, a prefeitura de Ribeirão.
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Das 5.570 cidades brasileiras, apenas três não possuem um Plano Municipal de Educação (PME): Ribeirão Preto, Iaras e Vargem, todas paulistas. Sem o documento aprovado na forma de lei, algo obrigatório desde 2016, esses municípios são barrados para recursos milionários do Ministério da Educação (MEC).
O PME planeja as políticas públicas municipais para o ensino pelos próximos dez anos, estipulando gastos, indicadores, metas e ações. Ele é uma exigência do Plano Nacional de Educação, que vigora no país desde 2014.
Ribeirão Preto foi vanguarda ao iniciar suas discussões em 2007, mas as gestões Dárcy Vera (2009-2016) e Duarte Nogueira (2017-atual) foram incapazes de chegar a um consenso entre Executivo, Legislativo e sociedade. Assim, um PNE nunca chegou a ser transformado em lei, algo que outras 5.567 prefeituras tiveram êxito.
“Além de ser dever legal desde 2016, o PME é fundamental para dar um norte que vá além da visão imediatista do secretário ou prefeito de plantão. Sem planejamento de longo prazo, não há qualidade de gestão”, resume José Marcelino de Rezende Pinto, professor da USP-RP e ex-presidente da Associação Nacional de Pesquisa em Financiamento da Educação (leia entrevista no final da reportagem).
Barrado
Por não ter PME, Ribeirão Preto está proibido de pleitear recursos do PAR (Plano de Ações Articuladas), um programa do MEC para financiar, com verbas suplementares, ações de melhoria na educação. A informação foi confirmada ao Farolete pelo Governo Federal, por meio da Lei de Acesso à Informação.
No ano passado, o MEC repassou R$ 760 milhões para municípios brasileiros que cadastraram projetos no âmbito do PAR, sendo 60 do estado de São Paulo. A capital paulista recebeu R$ 3,5 milhões.
A minúscula Ubirajara, com menos de 5 mil habitantes, ficou com R$ 642 mil.
Os dados foram analisados pelo Farolete na plataforma de execução orçamentária do MEC. O Governo Federal informou, em resposta à Lei de Acesso, não ser possível estipular quanto Ribeirão Preto já deixou de receber, pois as verbas são definidas de acordo com os projetos cadastrados.
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