Contexto
Publicado em: 07/10/2022

Após agronegócio e cerveja, Ribeirão Preto se destaca na ‘rota do rock’

Essa é a primeira da série de reportagens do Farolete sobre o destaque ribeirão-pretano no rock

Conhecida como capital brasileira do agronegócio e reconhecida pela qualidade de suas cervejarias, Ribeirão Preto vem se tornando referência na realização de grandes eventos musicais. Embora associada ao sertanejo, é o rock quem tem destacado a cidade na rota internacional.

Apenas em 2022 já passaram pelo município as bandas de peso Guns N’ Roses, Kiss e Iron Maiden. O controle da Covid-19 também permitiu o retorno do João Rock, considerado um dos maiores festivais brasileiros.

Estádio Santa Cruz lotado para o show do Kiss (Foto: cedida por Rafael Cautella)

Ricardo Militão, profissional que trabalha com a produção e a montagem de estrutura de shows, avalia que Ribeirão Preto está entrando para o cenário do rock mundial.

“Com o Rock in Rio, sempre há shows fora do festival. E neste ano Ribeirão Preto é a única cidade que não é capital em que esses grandes shows acontecem”, destaca.

De acordo José Venâncio Júnior, Diretor de Turismo da Secretaria de Cultura e Turismo de Ribeirão Preto, três fatores fazem a cidade se destacar para quem organiza e para quem visita os grandes eventos: a posição geográfica, o custo reduzido de produção e a rede hoteleira do município.

1.

A geografia faz com que a cidade facilite a vinda de moradores de diversas localidades próximas, sendo uma opção acessível para o estado de São Paulo, uma região de Minas e outra do Paraná.

2.

Os custos para realização de um evento podem ser considerados relativamente menores, se comparados com aqueles praticados em uma capital.

3.

Há ampla disponibilidade de hotéis, com número de quartos inferior apenas à capital, Campinas e as cidades turísticas de Olímpia e Campos do Jordão, segundo Venâncio, e a rede hoteleira local é reconhecida pelo Ministério do Turismo como “uma das melhores do Brasil”.

Segundo o diretor, a centralização do foco no agronegócio é muito relacionada à época da Agrishow. “No resto do ano, o nosso mercado acaba se movimentando por causa desses outros grandes eventos que acontecem na cidade”, avalia Júnior, que cita como exemplos, além das apresentações musicais, as feiras de segmentos diversos e os congressos de medicina.

O cantor Badauí também considera natural a cidade atrair grandes shows e festivais. A banda na qual é vocalista, o CPM 22, tem diversas passagens por Ribeirão e é presença frequente no João Rock, tendo participado até da primeira edição do festival, em 2002.

Por isso, o artista afirmou ao Farolete que o grupo desenvolveu “uma ligação muito forte com a cidade”.

Segundo ele, por se tratar de um polo regional, com presença de grandes faculdades e empresas, não causa surpresa que Ribeirão Preto abrigue eventos voltados para todos os tipos de público e, entre eles, os apaixonados por rock.

Diversidade

Badauí vê com naturalidade a forte presença dos fãs de rock não só na região, mas em todo o país. Citando o exemplo de festivais como João Rock, ele entende que o interesse é “quase inevitável”.

Seria um pouco estranho se as pessoas não se interessassem por um evento do porte do João Rock, com tanto entretenimento, com tantos artistas diferentes, com conteúdo”

Badauí

Segundo o artista, considerando todas as turnês já feitas pelo CPM 22, não há nenhuma diferença significativa na quantidade de shows ou na presença do público no interior paulista, em relação à capital.

Ele comemora a boa lotação nas exibições em todo o país e descarta a generalização de que certos locais só teriam um tipo de público.

“Eu acho que isso aí é para quem não está muito antenado nas coisas. A internet possibilita você consumir o que você quiser. Pode ser por conta de ter muitas fazendas, de ter mais essa conexão com o campo, que associam a cidade com esse tipo de música regional. Agora, eu acho que tem público para tudo. Para a galera que está a fim mesmo, é só ir atrás”.

Ricardo Souza, guitarrista da banda Shot N Guns, cover local do Guns N’ Roses, concorda com esta percepção, mas acrescenta que, no dia a dia, Ribeirão Preto poderia oferecer mais opções para o público.

Show do Guns em Ribeirão (Foto: Kat Benzova, divulgação)

“O interior de São Paulo é muito quente nessa parte de fãs de rock. É lógico que a gente tem uma predominância de sertanejo, sim, porque a cultura local também é de sertanejo, mas os fãs de rock estão aí. Acontece que a pessoa não tem muito lugar aonde ir”.

Para o músico, a escassez de casas noturnas que ofereçam oportunidades, aliada à falta de incentivo do poder público ao gênero musical, desencorajam o surgimento de bandas e atrapalham a continuidade daquelas que já existem.

Sobre as atrações recentes, Souza comenta que a banda cover tocou em um “after party” do Iron Maiden em um bar localizado na Arena Eurobike. Com relação ao Guns N’ Roses, não escondeu a ansiedade para assistir à apresentação do grupo na cidade [a entrevista foi feita antes do show em Ribeirão Preto], tendo ido ao aeroporto e ao hotel no qual os integrantes se hospedaram para ver de perto o grupo que ele e sua banda homenageiam.

Assumindo o ponto de vista de quem está na plateia, Souza comemora a vinda dos grandes shows internacionais e opina que a novidade, além de poupar viagens para as capitais, como São Paulo e Rio de Janeiro, atende a parcela do público que não está com a disposição necessária para participar de um festival.

“A pessoa tem que comprar ingresso, se deslocar até aquela cidade. Chegando lá, ela tem que ver várias coisas que ela não tem interesse, que ela não gosta, para depois ela ter acesso ao show da banda que ela curte. Agora, não”.

De acordo com o ambulante Marcos Tavares, que vendeu camisetas do Iron Maiden na data da apresentação e nos dias que antecederam o show da banda em Ribeirão, este tipo de evento movimenta a economia informal e atrai um público fiel e que busca repassar os interesses para a geração seguinte.

“Os pais querem levar os meninos para mostrar o universo deles, o universo do rock. Então tem muita fidelidade e envolve pais, esposas e filhos. Essa integração da família é muito grande nos shows de rock”.

Essa é a primeira de uma série de quatro reportagens que Farolete publicará sobre rock em Ribeirão Preto, produzidas pelo jornalista Murillo Bocardo.

Foto da imagem de capa: cedida por Rafael Cautella

Das 5.570 cidades brasileiras, apenas três não possuem um Plano Municipal de Educação (PME): Ribeirão Preto, Iaras e Vargem, todas paulistas. Sem o documento aprovado na forma de lei, algo obrigatório desde 2016, esses municípios são barrados para recursos milionários do Ministério da Educação (MEC).

O PME planeja as políticas públicas municipais para o ensino pelos próximos dez anos, estipulando gastos, indicadores, metas e ações. Ele é uma exigência do Plano Nacional de Educação, que vigora no país desde 2014.

Ribeirão Preto foi vanguarda ao iniciar suas discussões em 2007, mas as gestões Dárcy Vera (2009-2016) e Duarte Nogueira (2017-atual) foram incapazes de chegar a um consenso entre Executivo, Legislativo e sociedade. Assim, um PNE nunca chegou a ser transformado em lei, algo que outras 5.567 prefeituras tiveram êxito.

“Além de ser dever legal desde 2016, o PME é fundamental para dar um norte que vá além da visão imediatista do secretário ou prefeito de plantão. Sem planejamento de longo prazo, não há qualidade de gestão”, resume José Marcelino de Rezende Pinto, professor da USP-RP e ex-presidente da Associação Nacional de Pesquisa em Financiamento da Educação (leia entrevista no final da reportagem).

Barrado

Por não ter PME, Ribeirão Preto está proibido de pleitear recursos do PAR (Plano de Ações Articuladas), um programa do MEC para financiar, com verbas suplementares, ações de melhoria na educação. A informação foi confirmada ao Farolete pelo Governo Federal, por meio da Lei de Acesso à Informação.

No ano passado, o MEC repassou R$ 760 milhões para municípios brasileiros que cadastraram projetos no âmbito do PAR, sendo 60 do estado de São Paulo. A capital paulista recebeu R$ 3,5 milhões.

A minúscula Ubirajara, com menos de 5 mil habitantes, ficou com R$ 642 mil.

Os dados foram analisados pelo Farolete na plataforma de execução orçamentária do MEC. O Governo Federal informou, em resposta à Lei de Acesso, não ser possível estipular quanto Ribeirão Preto já deixou de receber, pois as verbas são definidas de acordo com os projetos cadastrados.

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