Dos 1.805 estudantes do 9º ano com nota divulgada, 48% foram classificados com “aprendizado insuficiente” na disciplina.
Dados do Saresp (Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo) reforçaram o alerta na rede municipal de Ribeirão Preto. Metade dos alunos avaliados em 2022 chegou ao final do Ensino Fundamental sem saber matemática.
Dos 1.805 estudantes do 9º ano com nota divulgada, 48% foram classificados com “aprendizado insuficiente” e “abaixo do básico” na disciplina. No mesmo ano, 35% tiveram as mesmas classificações em língua portuguesa.
O percentual de inadequação das escolas gerenciadas pela prefeitura no Saresp 2022 foi superior ao das unidades ribeirão-pretanas da rede estadual.
“Esses números revelam a incapacidade dos estudantes em fazer algo que em tese teriam aprendido. Precisamos nos indignar com esses resultados e assumir que há problemas que precisam ser entendidos e atacados de forma estruturada”, aponta Fabiano Gonçalves, Diretor Executivo da Fundação Educandário com duas décadas de atuação em projetos educacionais.
Ao longo dessa reportagem, Farolete também abordará que:
As médias de aprendizado da rede estadual de Ribeirão Preto foram superiores às da rede municipal, em todas as disciplinas e anos avaliados
Conforme os estudantes avançam de ano, o nível de proficiência cai
De todas as escolas ribeirão-pretanas que prestaram o Saresp 2022, quem obteve os melhores indicadores foi o Colégio Camillo de Mattos, gerenciado pela Fundação Educandário Cel. Quito Junqueira. Embora administrado por uma entidade filantrópica privada, ela é de jurisdição da rede estadual de ensino.
O Saresp 2022 reforça o sinal de alerta na qualidade da rede municipal, que já havia colecionado indicadores negativos no Ideb 2021, principalmente ao se comparar com outras prefeituras e com a rede estadual
No ano passado, 26 escolas da rede municipal prestaram o Saresp. Em dez delas, mais da metade dos alunos registrou aprendizado insuficiente em matemática no 9º ano do Ensino Fundamental.
O pior cenário na rede municipal é o da escola Jaime Monteiro de Barros, localizada no Jardim Aeroporto, periferia de Ribeirão Preto. Nela, 67% dos alunos do 9º ano com nota divulgada foram classificados com aprendizado inadequado em matemática, o que representa sete em cada dez estudantes.
Na Língua Portuguesa os alunos se saíram um pouco melhor. Mesmo assim, em 14 escolas mais de um terço dos avaliados registrou aprendizado “abaixo do básico”.
A análise do Farolete também revela a desigualdade de aprendizado dentro da própria rede.
Considerando apenas as escolas municipais, Domingos Angerami, Eponina de Britto Rossetto, Alcina dos Santos Heck e Elisa Duboc se destacam em uma ponta, como os melhores percentuais de alunos com aprendizado adequado ou avançado em matemática e português no 9º ano do Fundamental.
Na outra ponta, Jaime Monteiro de Barros, João Gilberto Sampaio e Paulo Monte Serrat apresentam mais de metade dos alunos com aprendizado inadequado, tanto em português quanto em matemática.
Na análise de proficiência média em português e matemática (nota dada pelo Saresp a cada aluno, a partir dos seus acertos nessas disciplinas), considerando apenas o 9º ano do Ensino Fundamental, uma escola se destaca.
O Colégio Camillo de Mattos, mantido pela Fundação Educandário, apresentou níveis médios de proficiência superiores aos das demais escolas.
Embora ofereça ensino gratuito e esteja sob jurisdição da rede estadual, ele é classificado como privada no Saresp, já que sua gestão é de uma instituição filantrópica. Ela é a única escola privada de Ribeirão que se submeteu à avaliação no último ano do Ensino Fundamental.
Dos 56 alunos da Camillo de Mattos do 9º ano que prestaram a prova no ano passado, nenhum teve aprendizado insuficiente em português e apenas quatro em matemática. Desses estudantes, 25% foram classificados como “avançados” em Língua Portuguesa.
Fabiano Gonçalves, Diretor Executivo da Fundação Educandário, explica que a escola é dedicada ao atendimento de crianças em situação de vulnerabilidade. Ele credita os bons resultados às seguintes práticas:
Absenteísmo (faltas) dos professores é praticamente nula.
Profissionais recebem formação mediante encontros presenciais semanais.
Coordenadores pedagógicos acompanhas as aulas diariamente, para que haja aprimoramento do conteúdo junto aos docentes e alunos.
A escola atua para que as famílias se envolvam no processo de aprendizagem, e recebem inclusive formação para ajudarem os filhos a se desenvolverem.
O currículo é diversificado, os estudantes vivenciam atividades musicais, esportivas e culturais em todas as séries.
Há diretrizes para que o clima na escola seja positivo, com estímulo ao engajamento dos estudantes.
Questionada pelo Farolete, a prefeitura informou que essa foi a primeira vez que a rede municipal de Ribeirão Preto participou do Saresp.
Ao contrário da Prova Brasil, que é obrigatória para a rede pública de todo o país por constituir as notas do Ideb, o Saresp é uma prova do governo estadual de participação facultativa dos municípios.
Farolete apurou que os resultados ruins já eram esperados pela Secretaria de Educação, mas que houve uma decisão interna de participar da prova justamente para avaliar a defasagem dos estudantes.
“As escolas da rede municipal ficaram cerca de 18 meses sem aulas presenciais em decorrência de uma ação impetrada pelo Sindicato dos Servidores, ou seja, 1 ano a mais sem aulas em relação ao ensino estadual”, alegou a prefeitura em nota enviada ao Farolete.
A justificativa de que ficou mais tempo sem aula já havia sido dada pela prefeitura após os resultados ruins do Ideb 2021. Cerca de um ano transcorreu entre a Prova Brasil e o Saresp.
A prefeitura alega não ser possível comparar os dados da rede municipal com os da estadual e de outras cidades, justamente por esse período maior longe das aulas na pandemia.
Em outras reportagens sobre dados educacionais publicadas pelo Farolete, os servidores públicos refutaram essa justificativa da prefeitura.
A Aproferp (Associação de Profissionais da Educação de Ribeirão Preto) afirmou que “os resultados são diretamente proporcionais à desorganização da rede municipal, que vem sofrendo um desinvestimento e desestruturação”.
O Sindicato dos Servidores Municipais apontou que as aulas ficaram suspensas não em razão da ação judicial impetrada, e sim porque “o governo municipal não se empenhou em preparar adequadamenteas escolas para receber o corpo docente e discente em sua integralidade”, além de fornecer “ensino remoto extremamente precário”.
Sobre o Saresp 2022, a prefeitura diz que tem diversas ações “objetivando a recuperação da aprendizagem” prejudicada na pandemia, como ampliação da carga horária com inserção de sexta aula, oferta de segundo professor nas turmas do 1º ao 5º ano, reestruturação da língua inglesa, disponibilização de dois professores de matemática para o 6º ao 9º ano, entre outros.
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Baixamos os microdados do Saresp 2022 no site do governo de São Paulo, e utilizamos linguagem SQL (banco de dados) para filtrar apenas Ribeirão Preto.
Com isso, conseguimos o desempenho anonimizado de cada um dos 22.680 estudantes riberão-pretanos que prestaram a prova no ano passado.
Filtramos apenas os alunos do 9º ano do Ensino Fundamental, e analisamos a proficiência e nível de proficiência de cada um deles nas disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática e Ciências
Nas análises por rede ou escola, DESCARTAMOS os alunos que não tinham a nota publicada na disciplina analisada.
Das 5.570 cidades brasileiras, apenas três não possuem um Plano Municipal de Educação (PME): Ribeirão Preto, Iaras e Vargem, todas paulistas. Sem o documento aprovado na forma de lei, algo obrigatório desde 2016, esses municípios são barrados para recursos milionários do Ministério da Educação (MEC).
O PME planeja as políticas públicas municipais para o ensino pelos próximos dez anos, estipulando gastos, indicadores, metas e ações. Ele é uma exigência do Plano Nacional de Educação, que vigora no país desde 2014.
Ribeirão Preto foi vanguarda ao iniciar suas discussões em 2007, mas as gestões Dárcy Vera (2009-2016) e Duarte Nogueira (2017-atual) foram incapazes de chegar a um consenso entre Executivo, Legislativo e sociedade. Assim, um PNE nunca chegou a ser transformado em lei, algo que outras 5.567 prefeituras tiveram êxito.
“Além de ser dever legal desde 2016, o PME é fundamental para dar um norte que vá além da visão imediatista do secretário ou prefeito de plantão. Sem planejamento de longo prazo, não há qualidade de gestão”, resume José Marcelino de Rezende Pinto, professor da USP-RP e ex-presidente da Associação Nacional de Pesquisa em Financiamento da Educação (leia entrevista no final da reportagem).
Por não ter PME, Ribeirão Preto está proibido de pleitear recursos do PAR (Plano de Ações Articuladas), um programa do MEC para financiar, com verbas suplementares, ações de melhoria na educação. A informação foi confirmada ao Farolete pelo Governo Federal, por meio da Lei de Acesso à Informação.
No ano passado, o MEC repassou R$ 760 milhões para municípios brasileiros que cadastraram projetos no âmbito do PAR, sendo 60 do estado de São Paulo. A capital paulista recebeu R$ 3,5 milhões.
A minúscula Ubirajara, com menos de 5 mil habitantes, ficou com R$ 642 mil.
Os dados foram analisados pelo Farolete na plataforma de execução orçamentária do MEC. O Governo Federal informou, em resposta à Lei de Acesso, não ser possível estipular quanto Ribeirão Preto já deixou de receber, pois as verbas são definidas de acordo com os projetos cadastrados.
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