Desigualdade
Publicado em: 08/03/2020

Conheça a desigualdade salarial entre homens e mulheres em Ribeirão Preto

Reportagem: Cristiano Pavini

Acompanhando o contexto nacional, os homens têm salários mais altos que as mulheres em Ribeirão Preto. A diferença chega a ser o dobro, dependendo da profissão. A média salarial masculina de um gerente de marketing, por exemplo, é R$ 3,6 mil superior à feminina.

O levantamento foi feito pelo Farolete na base RAIS (Relação Anual de Informações Sociais), do Ministério da Economia, que agrega dados enviados pelos empregadores de todo o país.

A reportagem analisou dados relativos a 208.060 trabalhadores que tinham vínculo empregatício formal em dezembro de 2018 com a iniciativa privada (incluindo o terceiro setor) em Ribeirão Preto. Não foram considerados os funcionários públicos.

Considerando a média salarial de todos os trabalhadores (de um zelador a um diretor de empresa), os homens ganham 25% a mais do que as mulheres: salário médio de R$ 2.560 contra R$ 2.053.

Essa diferença já foi maior. Chegou a 34% em 2012 e 2013, e vem caindo desde então. Mesmo assim, a disparidade ainda é expressiva.

Farolete separou 124 categorias profissionais, classificadas de acordo com a CBO (Classificação Brasileira de Ocupações), que tinham ao menos 50 trabalhadores de ambos os gêneros (para evitar distorções na média).

Comparamos o salário médio de homens e mulheres dentro das mesmas categorias profissionais. Descobrimos que em:

  • 71 categorias os homens tiveram salário médio ao menos 10% superior às mulheres
  • 49 categorias os contracheques são parecidos (diferença inferior a 10%)
  • 5 categorias, apenas, as mulheres tiveram salário superior a 10% aos homens

Colocando em gráfico, o tamanho da desigualdade fica ainda mais perceptível:


O levantamento considera a mesma classificação profissional.

Não significa, porém, que homens e mulheres possuem salários discrepantes exercendo exatamente a mesma função: pode haver diferença do número de horas trabalhadas, gratificações, turno ou ramo da atividade, cargo de chefia, entre outros.

Esse contexto de diferenças é resultante de um machismo estrutural na sociedade, de acordo com uma professora da USP de Ribeirão Preto (leia mais abaixo), que privilegia a ascensão profissional masculina.

A maior disparidade, em valores absolutos, está na ocupação de gerente de marketing. Um homem ganhou em média R$ 9,8 mil em 2018 no município, enquanto uma mulher recebeu R$ 6 mil.

Apenas nas profissões de professor do ensino fundamental (da 1ª a 4ª série), instrutor de cursos livres, docente universitário na área da prática de ensino, médico clínico e atendente comercial em agência postal as mulheres tiveram salário médio ao menos 10% superior aos homens.

Veja a média salarial de homens e mulheres em algumas profissões da iniciativa privada em 2018. As bolas amarelas são os contracheques femininos, e as azuis os masculinos. Quanto mais à direita, maior o salário. No infográfico, fica evidente o tamanho da disparidade.


Conheça, abaixo, a diferença salarial nas 124 categorias profissionais (todas com mais de 50 ocupantes em cada gênero) analisadas da iniciativa privada em Ribeirão Preto:


Isso não quer dizer, necessariamente, que as empresas sempre contratam homens e mulheres com salários diferentes para a mesma função.

Mas as empresas que pagam os melhores salários, dentro daquela categoria profissional, têm mais homens em seus quadros de funcionários.

Os homens também podem ter maior chance de ascensão dentro de uma profissão, agregando assim salários maior.

Além de ganharem mais na mesma categoria profissional, eles também estão mais presentes em atividades com melhor remuneração.

Na iniciativa privada, a profissão que mais ocupa mulheres é a de faxineira: eram 10,6 mil trabalhadoras em 2018 com carteira registrada em Ribeirão Preto, recebendo em média R$ 1.183,30.

Já entre os homens, a categoria profissional (segundo classificação CBO) com mais trabalhadores era a de vendedor de comércio varejista: 5,1 mil funcionários, ganhando em média R$ 2.613,28.


Análise

A desigualdade de gênero é um dos problemas prioritários do planeta, sendo o tema do quinto dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).

Em Ribeirão Preto, a ONG Instituto Ribeirão 2030 atua com a agenda dos 17 ODS, produzindo relatórios e diagnósticos sobre a Agenda 2030.

Na análise sobre desigualdade de gênero, o Instituto ouviu a professora Luciana Romano Morilas, da Faculdade de Economia e Administração (FEA) da USP de Ribeirão Preto.

Ela ressaltou que as pesquisas indicam a existência de “diferenças relevantes” nos salários e ocupações de cargos de chefias entre homens e mulheres, e apontou o machismo estrutural como principal causa.

“Precisamos ir além dos números para questionar: por que uma mulher falta ao trabalho para levar o filho a uma consulta médica, se para fazer uma criança eu preciso de gametas masculinos e femininos? Por que na maioria das vezes o pai não falta?”, explicou ela, no relato ao Instituto Ribeirão 2030.

Segundo Luciana, é necessário mudar a forma como a sociedade enxerga a mulher.

“Ela é colocada em um papel de cuidar da casa, de cuidar dos filhos, de alguém que não gosta da área de tecnologia. Não existe nenhum tipo de pré-disposição genética masculina ou feminina para as profissões, o que existe é uma criação social, um replicar daquilo ao que fomos ensinados”, disse.

A professora apontou que, por conta das obrigações impostas à mulher de se dedicar à casa e família, na maioria das vezes elas não conseguem priorizar suas atividades profissionais e acabam preteridas em relação aos homens. Cargos de chefia, por exemplo, exigem muitas vezes viagens e flexibilidade nos horários.

“A própria legislação estimula esse papel da mulher, ao conceder quatro meses de licença maternidade para ela. Por que o pai não possui um período extenso para se dedicar ao filho também? São esses pontos do machismo estrutural que permeiam a sociedade como um todo e que refletem nas relações trabalhistas, inclusive nos salários”, afirmou ao Instituto Ribeirão 2030.


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Das 5.570 cidades brasileiras, apenas três não possuem um Plano Municipal de Educação (PME): Ribeirão Preto, Iaras e Vargem, todas paulistas. Sem o documento aprovado na forma de lei, algo obrigatório desde 2016, esses municípios são barrados para recursos milionários do Ministério da Educação (MEC).

O PME planeja as políticas públicas municipais para o ensino pelos próximos dez anos, estipulando gastos, indicadores, metas e ações. Ele é uma exigência do Plano Nacional de Educação, que vigora no país desde 2014.

Ribeirão Preto foi vanguarda ao iniciar suas discussões em 2007, mas as gestões Dárcy Vera (2009-2016) e Duarte Nogueira (2017-atual) foram incapazes de chegar a um consenso entre Executivo, Legislativo e sociedade. Assim, um PNE nunca chegou a ser transformado em lei, algo que outras 5.567 prefeituras tiveram êxito.

“Além de ser dever legal desde 2016, o PME é fundamental para dar um norte que vá além da visão imediatista do secretário ou prefeito de plantão. Sem planejamento de longo prazo, não há qualidade de gestão”, resume José Marcelino de Rezende Pinto, professor da USP-RP e ex-presidente da Associação Nacional de Pesquisa em Financiamento da Educação (leia entrevista no final da reportagem).

Barrado

Por não ter PME, Ribeirão Preto está proibido de pleitear recursos do PAR (Plano de Ações Articuladas), um programa do MEC para financiar, com verbas suplementares, ações de melhoria na educação. A informação foi confirmada ao Farolete pelo Governo Federal, por meio da Lei de Acesso à Informação.

No ano passado, o MEC repassou R$ 760 milhões para municípios brasileiros que cadastraram projetos no âmbito do PAR, sendo 60 do estado de São Paulo. A capital paulista recebeu R$ 3,5 milhões.

A minúscula Ubirajara, com menos de 5 mil habitantes, ficou com R$ 642 mil.

Os dados foram analisados pelo Farolete na plataforma de execução orçamentária do MEC. O Governo Federal informou, em resposta à Lei de Acesso, não ser possível estipular quanto Ribeirão Preto já deixou de receber, pois as verbas são definidas de acordo com os projetos cadastrados.

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