Covid
Publicado em: 07/12/2021

‘Não saímos da pandemia’, alerta médico do HC-RP sobre aglomerações e máscaras

Reportagem: Cristiano Pavini

Infectologista do Hospital das Clínicas e docente na Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, Valdes Roberto Bollela comemora que o município vive seu melhor momento desde o alastramento do novo coronavírus, mas alerta: “se tudo voltar ao normal [sem medidas de proteção sanitária], pagaremos um preço alto”.

Ele explica que ações básicas de prevenção, como o uso de máscaras em locais fechados, ainda são imprescindíveis. Já a céu aberto, como em parques, diz que a flexibilização pode ser discutida.

Os impactos da variante Ômicrom, que colocou o mundo em alerta, ainda são uma incógnita. “Vai depender do vírus conseguir ou não escapar da imunidade produzida pela vacina”.

Por isso, aponta que, preventivamente, o melhor é suspender festas e aglomerações, como Carnaval e réveillon. Ele diz, inclusive, que a suspensão dos festejos carnavalescos de rua, anunciada pela prefeito Duarte Nogueira na última sexta-feira (3/12), foi “medida acertada”.

E reforça que o avanço da vacinação é medida essencial para o fim da pandemia.

Leia, abaixo, a entrevista completa que Bollela concedeu ao Farolete:


É possível, no cenário atual, avaliar a viabilidade de se realizar o Carnaval em 2022 no país?

O Carnaval ainda está distante. No entanto, o que se tem observado na Europa, principalmente, é um aumento na transmissão do vírus. E, com o aparecimento da nova variante [Ômicrom], você pode aumentar a sua circulação. No momento a variante que predomina no Brasil é a Delta, e mesmo assim não ocorreu nem aumento de casos, nem de doenças e mortes. Mas não dá para prever o futuro. Por isso seria prudente diminuir o risco de exposições e aglomerações em situações em que as pessoas certamente não estarão usando máscaras.


Qual a sua opinião sobre a suspensão, pela prefeitura de Ribeirão Preto, do carnaval de rua em 2022?

Foi a medida mais correta. Nós ainda não saímos da pandemia. Aglomerações, festas, são eventos de riscos para transmissões, inclusive para o aumento de casos graves e demanda por leitos hospitalares. O final de 2021 está sendo bom, e o que queremos é que 2022 continue sendo um bom ano, com poucos casos. Não devemos baixar a guarda.


O que se pode esperar da variante Ômicron para o Brasil? E, em específico, Ribeirão Preto?

Não é possível prever, nem no país como um tudo, nem tampouco em Ribeirão Preto, se teremos aumento de casos e gravidade. Se ela tiver toda essa capacidade de transmissão que está sendo descrita, existe a possibilidade dela substituir a variante Delta. No caso do Brasil, não vimos nem casos nem mortes aumentarem com a Delta. Muito provavelmente pelo avanço da vacinação, e também porque a gente vinha de um dos piores momentos da pandemia, que foi o primeiro semestre, em que a variante gama se espalhou por todos os estados e a mortalidade aumentou exponencialmente.

Foto: Divulgação HCRP


Serrana [cidade em que toda a população foi vacinada em experiência do Butantan] apresentou em novembro um aumento no número de casos, mas estabilidade nos óbitos. Podemos esperar esse cenário, em breve, em todo o país? Ele pode ser alterado pela Ômicron, elevando além dos casos o número de óbitos?

O que ocorre em Serrana já está acontecendo no país como um todo. As pessoas estão acreditando que a situação está equacionada e se cuidando muito menos. Já há estabelecimentos e eventos em que ninguém usa máscara. O que vamos ver é o aumento da circulação de vírus, provavelmente inicialmente Delta, depois Ômicrom. Se vai aumentar o número de mortes ou não, o futuro dirá. Vai depender do vírus conseguir ou não escapar da imunidade produzida pela vacina.


Ribeirão Preto vive, atualmente, seu melhor cenário pandêmico desde maio do ano passado, considerando o contexto de leitos ocupados, novos casos diários confirmados e casos novos de SRAG [Síndrome Respiratória Aguda Grave]. Esse é um cenário possível de se sustentar, no longo prazo?

Realmente, Ribeirão vive o melhor momento desde que a pandemia começou. Isso se deve à vacinação, medidas de proteção, e número de pessoas já infectadas. Não é possível dizer se esse cenário vai se sustentar ou não. Eu aprendi nesse 1 ano e 8 meses que não dá para fazer muitas previsões sobre a Covid. O que posso dizer é que a vacinação tem um papel hoje e vai ter um papel no ano que vem, especialmente se fizermos a terceira dose na maioria população. Assim como a vacina da gripe, provavelmente a Covid será com reforço anual. E há um alento, pois o cenário é bem diferente do começo deste ano, quando não havia vacina no Brasil, apenas a Coronac, pois o Ministério da Saúde não havia comprado. Mas ainda estamos em pandemia, não adianta ter a ideia de que tudo acabou, e que agora vida normal. Se a gente fizer isso, pagará um preço muito caro.

Infográfico: Farolete


Qual a sua opinião sobre a flexibilização do uso de máscaras?

A flexibilização não deve ocorrer enquanto estivermos em pandemia. Se você começar a acreditar que as pessoas que não se vacinaram não vão circular em locais fechados, que haverá controle de quem tomou vacina ou não, será muito inocente. Agora, em locais abertos, com bastante circulação de ar, como ruas e parques, é possível estar sem máscara sem representar risco. Sair para uma caminhada é bastante seguro, para você e outras pessoas. O vírus, em espaço aberto, com iluminação, não consegue sair de uma pessoa e ir para outra, a não ser que esteja uma colada na outra, como na rua 25 de março. Mas fora essa circunstância, o não uso de máscara pode ser discutido. Porém, em local fechado, eu não faria nenhuma flexibilização até a pandemia estar resolvida.


Quando a pandemia, a nível global, irá acabar? Não uma data, mas sim as condições para decretar seu fim?

A pandemia da Influenza, em 1918, apenas depois de quatro, cinco anos, que você começou a ver uma redução consistente. Quando houver uma diminuição da transmissão estável, a OMS terá dados suficientes para decretar o fim da pandemia. Quando isso vai acontecer? Eu não sei responder. Existe uma expectativa de que quanto mais ampliar a vacinação, mais chances temos de diminuir a circulação do vírus, reduzir a chance de novas variáveis, e desta maneira caminhar para o fim. Mas temos que discutir o conceito da equidade em saúde: se não tiver condições de acesso à vacinação para todos, nenhuma pessoa estará segura no mundo, pois haverá o risco de surgimento de novas variáveis. E há o outro problema: os antivax, que não querem tomar vacina e ainda não foram infectados. Essas pessoas são vetores para a transmissão do vírus na comunidade. Então a data não sabemos, mas se essas condições foram vencidas, é possível que estejamos próximos do fim da pandemia.


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Das 5.570 cidades brasileiras, apenas três não possuem um Plano Municipal de Educação (PME): Ribeirão Preto, Iaras e Vargem, todas paulistas. Sem o documento aprovado na forma de lei, algo obrigatório desde 2016, esses municípios são barrados para recursos milionários do Ministério da Educação (MEC).

O PME planeja as políticas públicas municipais para o ensino pelos próximos dez anos, estipulando gastos, indicadores, metas e ações. Ele é uma exigência do Plano Nacional de Educação, que vigora no país desde 2014.

Ribeirão Preto foi vanguarda ao iniciar suas discussões em 2007, mas as gestões Dárcy Vera (2009-2016) e Duarte Nogueira (2017-atual) foram incapazes de chegar a um consenso entre Executivo, Legislativo e sociedade. Assim, um PNE nunca chegou a ser transformado em lei, algo que outras 5.567 prefeituras tiveram êxito.

“Além de ser dever legal desde 2016, o PME é fundamental para dar um norte que vá além da visão imediatista do secretário ou prefeito de plantão. Sem planejamento de longo prazo, não há qualidade de gestão”, resume José Marcelino de Rezende Pinto, professor da USP-RP e ex-presidente da Associação Nacional de Pesquisa em Financiamento da Educação (leia entrevista no final da reportagem).

Barrado

Por não ter PME, Ribeirão Preto está proibido de pleitear recursos do PAR (Plano de Ações Articuladas), um programa do MEC para financiar, com verbas suplementares, ações de melhoria na educação. A informação foi confirmada ao Farolete pelo Governo Federal, por meio da Lei de Acesso à Informação.

No ano passado, o MEC repassou R$ 760 milhões para municípios brasileiros que cadastraram projetos no âmbito do PAR, sendo 60 do estado de São Paulo. A capital paulista recebeu R$ 3,5 milhões.

A minúscula Ubirajara, com menos de 5 mil habitantes, ficou com R$ 642 mil.

Os dados foram analisados pelo Farolete na plataforma de execução orçamentária do MEC. O Governo Federal informou, em resposta à Lei de Acesso, não ser possível estipular quanto Ribeirão Preto já deixou de receber, pois as verbas são definidas de acordo com os projetos cadastrados.

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